quarta-feira, 1 de julho de 2009

Legislação americana promete proteger a propriedade intelectual dos designers

Uma nova legislação para proteger os direitos de propriedade intelectual dos designers de moda está sendo contestada pela indústria de vestuário dos EUA.
Os representantes da indústria de vestuário e calçado dos EUA estão manifestando-se novamente contra uma lei que permitiria que os designs de moda usufruíssem três anos de proteção anti-cópia - e afirmam que vão continuar opondo-se vigorosamente para que a lei não seja aprovada. Mais de 40 líderes da indústria enviaram uma carta aos membros dos Comitês Judiciais do Senado e do Parlamento mostrando a sua oposição ao recentemente introduzido Design Piracy Prohibition Act. Consideram a legislação «prejudicial» e afirmam que causará muitos danos à indústria de moda americana e aos consumidores que usam os seus artigos de moda. «Esta lei iria aumentar o custo do vestuário e calçado, reduzir a escolha dos consumidores e evitar que os artigos chegassem às prateleiras das lojas», afirmou Carol J. Hochman, diretora-executiva de marketing de vestuário da Triumph e presidente do conselho de diretores da American Apparel&Footwear Association (Aafa). «Se esta lei protegesse de forma significativa a propriedade intelectual para a indústria da moda, como afirmam os seus apoiadores, então por que motivo haveria tantas pessoas da indústria contra a mesma?», questionou Peter J. Gabbe, diretor de operações no Carole Hochman Design Group e antigo presidente do conselho de diretores da Aafa. «A nossa indústria apoia completamente uma forte proteção da propriedade intelectual, mas esta lei não fomenta qualquer proteção. A única coisa que permite é que os designers bem estabelecidos e reconhecidos tenham recursos legais para afastar qualquer concorrência, mantendo um monopólio da inspiração», acrescentou. Embora o principal objetivo da lei seja dar aos designers de moda de luxo uma proteção anti-cópia de três anos, os signatários da carta afirmam que a legislação vai ilegalizar a inspiração e a criatividade e trazer poucos benefícios, a não ser aos designers de topo. Primeiro, sublinham, a legislação utiliza padrões demasiado subjetivos para determinar tanto a "originalidade" como o "não-cumprimento", o que irá criar uma ambiguidade legal na indústria da moda. Segundo, afirmam que a criação de um registro nacional para os estilistas irá sobrecarregar economicamente os designers com burocracias e irá evitar que coloquem os produtos no mercado no tempo correto. E terceiro, argumentam que a legislação não reflete de forma rigorosa a verdadeira natureza e importância das tendências, já que iria permitir a um único estilista ter o monopólio de uma tendência durante três anos. A lei foi reintroduzida para discussão em 30 de Abril, menos de um ano após o avanço de uma versão anterior da legislação ter chegado a um impasse.
Fonte: Portugal Têxtil
Edição: Marcia Kimie
Foto: Reprodução

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