sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Arte e Moda no Berlim Fashion Week



Berlim Fashion Week pode não estar no Top 5 das semanas de moda mundiais, mas durante os 4 dias com 25 desfiles distintos conseguiu reunir novos talentos, nomes em destaque e algumas celebridades que fizeram deste um evento artístico por excelência.
No mesmo local onde há 75 anos eram queimados livros anti-nazistas - ao redor da Bebelplatz, a antiga Praça da Ópera - realizou-se a terceira edição da Semana de Moda de Berlim, que apostou na combinação perfeita entre cultura e moda.
O desfile da marca Hugo Boss abriu o evento - que, semelhante a Semana de Moda de Nova York, tem o patrocínio da Mercedes Benz - com uma coleção onde o "conforto" ganhou destaque em indumentárias de tecidos leves e cores sóbrias, que garantem uma certa frescura à estação mais quente do ano.
Além da Hugo Boss estiveram presentes nomes de peso como Vivienne Westwood, Wolfgang Joop, Zac Posen e Strenesse Blue, que têm dado credibilidade a um evento que provocou muitas críticas desde a sua primeira edição.
«Nova York também precisou de décadas para se tornar a metrópole de moda que é atualmente e, no entanto, conseguiu ganhar uma importância crucial com o tempo», afirmou Klaus Wowereit, presidente da Câmara de Berlim. Mas entre as razões que sustentam o crescente sucesso da Berlim Fashion Week está o fato deste evento apostar, como nenhum outro, em novos talentos. «Além de premiar os futuros grandes estilistas nacionais, esta semana de moda dá também oportunidade a marcas relativamente desconhecidas de desfilar juntamente com grandes nomes da moda internacional», explicou Klaus Wowereit, acrescentando que «nesta edição, alunos de três escolas de moda tiveram a oportunidade de expor os seus projetos no Palazzo Italia, na Avenida Unter den Linden 10, onde se localiza a Bebelplatz».
Na mesma avenida, o Museu Guggenheim de Berlim expôs ainda coleções de jóias de vários designers conhecidos e no prédio da Unter den Linden 40 a moda luxuosa e feminina de Sisi Wasabi foi alvo de uma exposição fotográfica de Tom Lemke.
Entre as tendências apresentadas fica a idéia, semelhante às apresentações anteriores, de que o próximo Verão exige leveza, algum romantismo e sobretudo roupas práticas e confortáveis. Para combinar com os saltos altíssimos - que serão outra grande aposta da próxima estação quente - estão os vestidos em diferentes comprimentos, mas sempre justos.
A grande inovação apresentada veio através da marca Scherer Gonzalez, que transformou sandálias em obras de arte. Isto porque dentro do salto de acrílico foram colocadas flores e arranjos que enfeitaram os tornozelos das modelos.
Mais uma vez... a anorexia
Como novidade, a Semana da Moda de Berlim aconteceu uma semana depois da decisão do governo alemão e quatro federações da indústria da moda assumirem o compromisso de combater a anorexia na moda. Com o lema "A Vida tem Peso", foi lançada uma campanha de conscientização dirigida a costureiros e organizadores, à qual aderiram várias associações do setor, que solicitaram a recusa de modelos cujo índice de massa corporal (IMC) fosse inferior a 18,5 - que é considerado o valor mínimo para uma pessoa saudável.
«Pedimos a todos, dentro dos setores têxtil e da moda, para colaborar», enfatizou Andreas Deffner, porta-voz do Ministério.
Desta forma, a Semana da Moda de Berlim não contou com modelos menores de 16 anos de idade e que tivessem um IMC que correspondesse ao manequim 34. A moda alemã seguiu assim uma tendência internacional não só de moda mas de saúde.
Fonte: Portugal Textil

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