segunda-feira, 7 de julho de 2008

Ser Homem nos anos 2000







Ser homem neste início de anos 2000, no que diz respeito à moda, tem sido uma questão a se discutir. Com coleções inovadoras e concebidas sob uma ótica bem particular e visionária, tais como as da Prada e de YSL, por Stefano Pilatti, a temática da masculinidade foi posta em xeque nas semanas de moda de Milão e de Paris.
O uso de peças típicas do guarda-roupas feminino nas coleções masculinas é algo que já vem ocorrendo há pelo menos duas temporadas nas coleções da Prada e isso pode ser bem exemplificado se lembrarmos da coleção de inverno/2009 da grife. No desfile com a coleção masculina para o verão/2009 foram vistas muitas peças que repetiram o desafio que Miuccia lança acerca dos paradigmas sobre o que vem a ser o homem viril e cheio de poder da atualidade. Fragilidade e poder foram, aliás, um resumo daquilo que a estilista procurou transmitir à imprensa que foi assistir ao seu desfile. As referências femininas presentes em sua coleção puderam ser percebidas através de um jogo de proporções e comprimentos visto nos grandes decotes mostrando partes do tórax e do abdômen dos modelos, nos tricôs de gola canoa com o colo à mostra, nas blusas curtas (deixando ver barriguinha dos meninos!), bem como nas camisas polo compridas, parecendo pequenos vestidos. Mesmo com a polêmica criada em torno desta coleção da Prada, a mesma foi, o retrato de um homem, segundo Suzy Menkes, do respeitado International Herald Tribune.
Stefano Pilatti, para YSL, por sua vez, procurou investir no mesmo conceito: uso de tecidos não usuais às coleções masculinas, tais como crepe em blazeres de abotoamento duplo, organza em blusas e seda em calças. Pilatti buscou, através de sua coleção, sugerir questões existencialistas, tais como: “Quem somos nós além da nossa fisiologia, além das verdades ensinadas pela genética e biologia?” Segundo declaração ao IHT Pilatti queria criar uma sensação, algo bem além de uma afirmação de moda, algo que pudesse mostrar a inspiração que está por trás da criação das roupas. "Sensualidade não é um atributo somente feminino, homens também podem brincar com estes códigos", concluiu.

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